Terminada a fase mais crítica da revolução, os egípcios que acamparam durante meses na praça Tahrir, chamados pró-democracia, estão agora a ser empurrados pela polícia para fora da praça. Dureza? Não, vários civis não só literalmente aplaudiram esta decisão como alguns deles ajudaram mesmo a polícia a dispersar esses activistas.
Depois da revolução portuguesa, alguns "capitães de Abril" tiveram também alguns problemas em encontrar o seu lugar de volta na sociedade civil.
Correndo o risco de estar a generalizar:
As intenções dos revolucionários são sempre genuínas? É apenas um desejo de anarquia? É apenas a sua sede de poder a falar, mascarada por coisas mais altruístas? Ou é uma vontade realmente altruísta que a certo ponto descarrila para algo diferente?
Pessoalmente acho que a última hipótese é a que normalmente melhor se encaixa. Gosto de acreditar que os activistas começam com boas intenções, com o desejo de alterar o estado de coisas, para melhor, para diferente. No entanto, algures nesse processo, julgo que se vai desenvolvendo em muitos casos uma obsessão por poder ou uma crença que o seu ideal é o melhor. Existem estudos que provam que quando um indivíduo atinge determinado estatuto/poder na sociedade, passa a entender as suas capacidades como superiores ás do resto da população, faz parte da condição humana. Não servindo como desculpa, serve pelo menos como explicação.
Além disso, penso que a virtude desses indivíduos, que têm a coragem de lutar por um país melhor, acarreta com eles um defeito, um certo extremismo. Penso que muitas vezes não sabem quando terminar a revolução...E vão desde um extremo, até o outro, que toca o primeiro... Castro, anyone?
1 comentário:
Gostei!
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