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A indústria financeira é umas das que mais riqueza gera no mundo e cujos tentáculos se estendem a quase tudo.
Foi essa indústria uma das culpadas da crise dos últimos anos. Convém dizer que não foi a única já que enfrentamos uma recessão cíclica que não foi provocada apenas pelo subprime norte-americano. Mas a verdade é que essa mesma indústria financeira que ajudou a enterrar quase uma década de crescimento económico foi a mesma que depois foi ajudada pelos governos nacionais dos diversos países. E agora, esses grandes bancos, já revitalizados, têm negociado nos mercados financeiros produtos derivados de dívida soberana, como os credit defaults swaps, que basicamente apostam na falência de países como a Grécia, Portugal ou Espanha. Como se isso não bastasse as agências de rating avisam os países de possíveis downgrades (tendo já descido a notação mesmo no caso grego), como a Portugal, o que basicamente significa que os juros que pagamos vão subir.
De um modo simples, o que se assiste é que a indústria financeira está a morder na mão (do Governo) que há uns meses lhe deu de comer, que a salvou da falência eminente. É muito bem feita e deviam ficar sem a mão, tiveram o que mereceram. Quando eu vejo um cão acorrentado e espumar pela boca e a ladrar violentamente a última coisa em que penso é em chegar-me perto. Os Estados chegaram perto e puseram um pratinho com um bife suculento e cheio de proteínas... O cão ganhou força, partiu as correntes e atacou os Estados... Óbvio.
A solução seria deixar morrer esses cães raivosos, mas enfim, as pessoas que passam na rua (eleitores) poderiam ver aquela cena e achar que os Estados estavam simplesmente a ser cruéis e ainda perderiam as eleições o que é uma maçada.
Pois, what goes around comes around...