A propósito do lançamento recente do
novo Samsung Galaxy III S e de alguma pesquisa sobre os actuais telemóveis que
o mercado oferece, é engraçado reparar que os telemóveis topo de gama estão a
crescer em tamanho e só a muito custo não estão a ficar mais pesados. Os topos
de gama da Samsung, da RIM, da Nokia e da minha querida Apple são enormes e
muitos deles pesadíssimos o que é no mínimo estranho se pensarmos que há 10
anos consideravamos que um bom telemóvel era aquele que seria leve (lembro-me
de um Panasonic que pesava 83 gramas) ou pequenissímo (a Nokia tinha telemóveis
tão pequenos que quase tínhamos de teclar com os dedos mindinhos). Ou seja,
objectivamente um bom telemóvel teria (e tem?!) que ser necessariamente leve e
pequeno/prático e ainda pudiamos acrescertar que teria de ter uma bateria de
longa duração e outras características “pragmáticas”.
Claro que a evolução dos telemóveis
trouxe-nos ecrãs com milhões de cores, acesso à net e muitas outras
possibilidades mas o que pretendo dizer é que de certa forma a tecnologia (em
particular nos telemóveis) não evoluiu necessariamente no sentido de nos
facilitar a vida. Acho que não estou a exagerar se disser que, a partir de
certo ponto, evoluiu no sentido de acrescentar potencialidades que servem de
desculpa para trocar de telemóvel e colocar etiquetas de preços a rondar os EUR
600,00 ou mais. Por cada nova funcionalidade útil acrescentam-se 10
inutilidades…
Temos alguns exemplos flagrantes: a
TV no telemóvel teve um fracasso estrondoso, a assistente pessoal Siri que o
iPhone oferece não percebe a maioria das línguas e mesmo o inglês tem que lhe
ser dito de forma muito lenta e com todas as letras, o Galaxy Note é enorme
(duvido que caiba num bolso de um casaco e então no bolso dos jeans está fora
de questão) e o Galaxy III S permite ver vídeos e escrever SMS’s em simultâneo
(há alguma pessoa no mundo que consegue escrever e ver um video em simultaneo?).
Arrisco-me a
dizer que no que diz respeito a telemóveis, a sua evolução está a ser mais
lenta do que uma primeira análise puderia sugerir. A maioria das novidades são essencialmente
características inúteis (ok, são cools, mas deixam de ser inuteis) para nos
convenceram a trocar de telemóvel.
A tecnologia
Near Field Communication (para os mais distraídos, consultem isto) será uma das poucas excepções e acho que irá
explodir em muito pouco tempo, mas tirando isso não estou a ver grandes avanços
significativos num futuro próximo.
Já agora, se os engenheiros da Apple
ou a RIM estiverem a ler este post, façam um telefone que conjugue Dual Sim,
com uma bateria que dure mais do que dois dias e com um carregador de bateria
universal para todas as marcas! Não é pedir muito em troca de um aparelho que
custa mais do que o salário mínimo nacional!
Ps: neste Outono deverá ser lançado o novo iPhone,
nessa altura prometo criticá-lo impiedosamente! Só não prometo resistir-lhe… J