quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

“Tudo o que podia ser inventado já foi inventado”

...Isto foi dito por um responsável pelo registo de patentes nos EUA, salvo erro em finais de 2º Guerra…Correndo o risco de cometer o mesmo tipo de disparate permitam-me ainda assim mandar umas “bojardas”.

Já disse isto em conversa de amigos e agora escrevo-o (o que é ainda mais perigoso): o surgimento do filme Avatar em 3D, depois de várias tentativas mais ou menos falhadas de outros filmes, não me parece ter pernas para andar. Digo isto porque nunca ninguém “pediu” o 3D como a maneira normal de ver cinema ou TV e por isso o fracasso parece-me inevitável. Jogos de vídeo em 3D? Sim, talvez, mas não filmes. Quando vou para a sala (de cinema ou de casa) ver um filme não quero mandar um salto na cadeira e mandar as pipocas pelo ar sempre que acontece algo “com profundidade”, quero é estar relaxado. Se quiser acção vou jogar paint ball ou algo que me ponha no centro da acção, como personagem. Se quiser estar sossegado vou ver um filme, as personagens que se matem umas às outras, longe de mim. A Sony está a apostar tudo no 3D, porque “é o futuro”. Pois bem, quando lançaram o Mini Disc diziam o mesmo. Mas, para além de mim próprio não conheço ninguém que tenha um…




Já agora, para me atravessar completamente, aqui ficam mais alguns exemplos. Acho que os ereaders também vão ser um flop, se se mantiverem tal como são actualmente. Eu quero ter 200 Cd’s no meu Ipod, mas 200 livros no Kindle?! Para quê?! “Ah hoje apetece-me ler um capítulo do Dom Quichote e amanhã o último capítulo do Harry Potter”?! Na CES, a maior feira de tecnologia que decorre actualmente nos EUA, já surgiu um ereader dobrável. Talvez o caminho seja por aí mas mesmo aí parece-me difícil substituir a boa velha e suja folha de jornal.



Tablet PC’s. A HP em parceria com a Microsoft vão apresentar um novo modelo e a Apple também. Este tipo de portáteis já existem pelo menos há uns 5 anos e eu nunca vi ninguém com um na rua. É bom que estas marcas façam algo de novo ou o fracasso pode ser certo. O da HP aparentemente terá 2 ecrãs, que se dobram entre si o da Apple ainda está nos segredos dos deuses…Será o primeiro falhanço de Steve Jobs?

Por último a Wii, da Nintendo. Aqui devo admitir que esta consola tem tido muito êxito (venderam-se 3 milhões em Dezembro) mas duvido que seja maior que o da Playsation (na semana do Natal, no Japão foram vendidas 190 000 Wii e 240 000 PS3). Um dos nossos bloggers tem ambas e passado uma semana de ter a Wi, deixou de ser tema de conversa enquanto a sua PS3 continua na “berra”. Mais uma vez, quando chego a casa para jogar, quero atirar-me para o sofá e só mexer os dedos. Se quero andar a esbracejar e espernear feito maluquinho vou para o ginásio. O sucesso da Wi deve-se no meu entender ao facto de ser novidade e de ser muito divertida de jogar entre amigos, por ser cómico.

Quando as invenções falham, falham porque ninguém as “pediu” que existissem. Os telemóveis com câmara (e já agora as Web cams) falharam redondamente porque ninguém quer ver a carantonha da outra pessoa quando telf ou está no chat na net, querem é privacidade e poderem dizer que são um autêntico Brad Pitt ou Jessica Alba. Claro que existem muitas outras coisas que foram um sucesso, mesmo que as pessoas nunca as tenham pedido, mas é sempre um risco enorme (e não faço a mais pequena ideia como a humanidade as selecciona). Quando está (quase) tudo inventado, é óbvio que as empresas tentam inovar e acrescentar valor em produtos que já parecem esgotados e isso inevitavelmente será sempre um grande risco.



A Nespresso é um exemplo disso mesmo. Há uns anos atrás tomávamos café em casa talvez por uns 10 cêntimos a chávena (digo eu, não faço ideia…), actualmente, fica-nos por 30 cêntimos no mínimo e ninguém se queixa. Aqui a Nestlé habilitou-se a fracassar completamente. Porque arriscou tanto?! Porque o café é muito barato e vender café (grão) apenas não possibilitava grandes lucros. A solução passa sempre por acrescentar valor (ou seja processar mais o produto) e assim justificar pedir muito mais dinheiro pela mesma coisa, só porque agora “todo o processo de tomar café é muito mais cómodo”. “What else?” Bullsheet digo eu!!!

Mas não me interpretem mal, eu sou um tipo incrivelmente superficial e adoro grande parte dessas coisas inúteis. E ainda bem que existem muito mais pessoas como eu (e bem piores) porque caso contrário o mundo tinha parado de evoluir na Revolução industrial inglesa…

E pronto, daqui a 2 anos quando todas estas profecias se revelarem falsas já terão imensas coisas para me atirar à cara e ridicularizar-me :)

José Maria Pedroto partiu há 25 anos

José Maria Pedroto foi um treinador e ex-jogador de futebol, nasceu no dia 21 de Outubro de 1928 em Almacave, Lamego, Portugal, e faleceu a 7 de Janeiro de 1985. Grande jogador do Futebol Clube do Porto, da equipa que foi campeã nacional com Yustrich em 1955/56 e em 1958/59 com Bella Guttman.

Jogou nos infantis do FC Porto, e no Leixões já em idade de júnior. Pedroto compensava a falta de físico com um enorme talento. O serviço militar levou-o ao Lusitano de VRSA, onde começou a despertar o interesse dos grandes.

Em 1950 transfere-se para o Belenenses. Pedroto cedo se afirmou como um dos melhores médios do futebol Português. Em 1951 estreia-se pela selecção nacional, em Paris. Em 1952 a sua transferência para o FC Porto envolveu verbas recorde para a altura. O FC Porto estava a construir uma grande equipa que viria finalmente a quebrar um jejum de muitos anos...Em 1956, comandada por Dorival Yustrich, a equipa do FC Porto conquista o Campeonato e a Taça de Portugal. Pedroto foi uma das principais figuras da equipa.

Em 1959, Pedroto é novamente campeão nacional. Em 1960, Pedroto torna-se o primeiro treinador Português com curso superior. Foi um treinador com excelentes capacidades técnicas associadas a um discurso agressivo, na onda Mourinho numa época diferente.

Enquanto treinador, Continuou a evidenciar-se nos "estudos", obtendo uma brilhante classificação num curso de treinadores efectuado em França. Estes resultados, aliados ao bom trabalho nas camadas jovens do FC Porto, levaram-no ao posto de treinador da selecção nacional de juniores. Com Pedroto ao "leme", Portugal conquista o seu primeiro título Europeu!

Pedroto abandona o futebol jovem do FC Porto para ir treinar a Académica. Forjou grandes talentos nessa época, sendo reconhecido por todos a qualidade do futebol apresentado pela equipa de Coimbra. Depois treinou o Leixões, onde foi vitíma da única chicotada psicológica da sua carreira, traído pela falta de condições oferecidas pelo clube. Treinou depois o Varzim, que estava no seu 2º ano na primeira divisão... o Varzim foi a sensação desse campeonato.

Em 1966 realizou um sonho: tornar-se treinador principal do FC Porto, fica até 1969 e vence uma Taça de Portugal. Depois ruma até Setúbal, altura em que o Vitória obtém alguns dos melhores resultados da sua história, sendo uma vez vice-campeão, uma vez finalista da Taça, e obtendo excelentes prestações nas competições europeias.

Em 1974, mudou-se para o Boavista. Em dois anos obtém o 2º lugar no campeonato e vence 2 Taças de Portugal.

Volta às Antas em 1976 para vencer dois Campeonatos (1977-78 e 1978-79) e uma Taça de Portugal.

Falha o «tri» e sai na confusão do "verão quente". Passa a treinar o Vitória de Guimarães, onde esteve 2 épocas, obtendo um 4º e um 5º lugar. Com ele esteve Artur Jorge.

Pedroto regressa ao FC Porto já com Pinto da Costa como presidente. Nesse período ainda venceu uma Taça de Portugal e foi finalista da Taça das Taças. Pedroto e Pinto da Costa criaram as bases para a série de grandes êxitos que se seguíram e que culminaram com a vitória na Taça dos Campeões Europeus. Ao "leme" estava o seu discípulo Artur Jorge, um dos dois treinadores portugueses campeões europeus de clubes, a par de José Mourinho, em 2003/04, também ao serviço do FC Porto.

Este foi o melhor treinador português de todos os tempos. Ao contrário de outros nunca perdeu a verticalidade e demonstrou que é possível aliar competência profissional com as competências humanas nunca se vergando contra nada. Diz quem o conheceu que era um homem à frente do seu tempo. Partiu muito cedo e não pôde tornar-se como um dos mais galardoado dos treinadores que teria conseguido na companhia de Pinto da Costa.

Para Artur Jorge "foi, seguramente, uma das pessoas mais importantes no futebol português. Se não ganhou sempre, ficou muito perto de o conseguir", disse Artur Jorge, garantindo que "muito do êxito da conquista do título europeu portista em 1987 se deve a José Maria Pedroto." Estas palavras demonstram a forma como marcou as carreiras de todos os que com ele trabalharam.

Reportagem Sic: