segunda-feira, 18 de junho de 2012

What goes around comes around


Duas coisas sobre os últimos acontecimentos.

Nas últimas eleições gregas o facto que mais me espantou nem foi  um partido de direita/conservador ganhar as eleições num contexto tão “a jeito” para a esquerda. O que mais me espantou é que, num país cujo PIB cai 5% ao ano, 38% da população não levantou o rabo do sofá para ir votar. Secalhar levantavam mais depressa o braço para atirar cocktails Molotov. De facto eles têm o país que merecem.

Hoje Mario Soares disse que os problemas da Europa poderiam ser resolvidos se se fabricasse mais moeda, dando mesmo o exemplo dos EUA e Reino Unido. Eh pah, como é que uma solução tão fácil escapou aos economistas europeus?! Cada dia que passa gosto menos deste politico. E desta vez ele falhou mesmo redondamente, por duas razões principais.

A primeira é porque a Joana, enfermeira e de apenas 25 anos, enquanto jantava comigo, já tinha chegado  e x a c t a m e n t e a essa proposta/sugestão 2 meses antes do ilustre  ex presidente da república se lembrar disso, portanto já vem tarde e não é original.

A segunda razão é porque está errado.

Como tentei explicar na altura à Joana, sem grande sucesso, imprimir notas tem o problema da inflação. Os alemães conhecem bem isso nós felizmente nem tanto. Como li há pouco tempo, a maneira mais simples de definir o que é a inflação é quando chega um dia em que é indiferente enrolar um cigarro com mortalha ou com uma nota de 500 euros, porque basicamente valem o mesmo.

Eu acho que qualquer que seja a solução da Europa, vai passar por inflação. Saída do euro ou intervenção do BCE com mais liquidez vão gerar inflação (sendo esta última que os EUA e Reino Unido estão a experimentar). 

Portanto é preciso ter cuidado com as bujardas populistas que se manda, principalmente quando se é visto como uma pessoa credível pela populacão em geral. Abusar da ignorância económica das pessoas é feio. Ah e andar a 200 na autoestrada e depois não querer pagar a multa também.