Impunha-se que fizéssemos um post sobre o Orçamento de Estado para 2011, já que toda a gente tem uma opinião sobre o mesmo e uma vez que grande parte de nós é da área da economia.
Acho que estaremos todos de acordo no essencial mas de qualquer forma gostava de mandar uns bitaites.
Antes de mais é óbvio que não havia necessidade de termos chegado a estado das coisas e é claro que a crise económica mundial não pode ficar com as culpas todas, se não tivesse havido um despesismo tão grande durante tantos anos e se tivéssemos uma economia bem estruturada que fosse competitiva internacionalmente não estaríamos nesta situação. Dito isto, o Governo fez o que tinha a fazer.
Antes de mais apostou num corte abrupto na despesa o que já foi um sinal de responsabilidade e implicitamente reconhece que andou a gastar mais do que devia. Os cortes na função pública são significativos e não me admirava se os próprios subsídios de Natal também fossem ás silvas... Tinha que ser, os salários acima do sector privado eram insustentáveis (e injustos?!). Ok, nesta altura em que dois blogistas funcionários públicos já devem de esta com as orelhas a arder vou mudar de assunto! Cortes nos RSI, cortes nos gastos com a frota do estado, congelamento das pensões e das admissões na função pública etc, só medidas positivas. Não tenho 100% certeza mas acho que os funcionários públicos são já 750.000... Num país com 10.000.000 de habitantes é preocupante (daqui a nada estávamos como a Venezuela em que qualquer coisa como 80% da população trabalha para um tal de Hugo Chavez).
Do lado da receita, também não foi grande a surpresa: o aumento do IVA era inevitável assim como a redução dos tectos das deduções fiscais, o imposto sobre a banca já era uma medida tomada a nível europeu e houve mais uma marretada nos funcionários públicos: vão passar a descontar 11% para a Caixa Geral de Aposentações como o resto dos portugueses (anteriormente descontavam 10%).
Para finalizar mais uma medida extraordinária: incorporação do fundo de pensões da PT na Segurança Social, são 2.500 milhões de euros que vêm mesmo a calhar!! O pior vai ser quando for para pagar as pensões à malta da PT, esperamos que esse dinheiro ainda lá esteja daqui a 10 ou 20 anos e de preferência com juros porque ouvi dizer que na PT ganha-se muito bem e as suas pensões são principescas.
Só mais uma nota: só os dois submarinos custaram-nos 1.000 milhões de euros que se ainda tivessem nos cofres do estado evitariam cortes tão radicais. Já para não falar na razão pela qual o TGV e o aeroporto também ainda continuam em cima da mesa...
A minha opinião? O primeiro ministro fez o que tinha a fazer é certo, mas só porque realmente não havia outra alternativa. Agora esperemos que o Passos também faça a parte dele.