Ontem li um artigo de opinião no FT que me fez reflectir um pouco...e, diga-se, fazer-me sentir um pouco velho (!).
Muito resumidamente o tema era sobre o facto de em Londres já não haver clubes de vídeo. A ideia é que o conceito de sair de casa e caminhar um pouco pelo bairro até o clube de vídeo está-se a perder. Chegar lá e perder algum tempo entre as prateleiras a escolher o(s) eleito(s) para aquela noite chuvosa de sábado , ou pedir alguns conselhos ao empregado do dito estabelecimento, é um prazer, um bom hábito cada vez mais em vias de extinção. Por maioria de razão, o autor fazia ainda referência à falta de livrarias ou lojas de músicas abertas até tarde, coisa que pelos vistos ainda existe em Tóquio ou Sidney ( e não estou a falar de Fnacs e afins). Quanto a Portugal, acho melhor nem se falar...
Quando é que este estado de coisas se estabeleceu?! Penso que foram várias as razões: a pirataria, a Amazon, o Itunes, o comodismo das pessoas, as series de DVD’s empacotadas etc...ou seja, em boa verdade, a culpa é apenas nossa nossa e nossa. O autor do artigo dizia que podia ir dar um passeio pelo bairro enquanto descarregava o vídeo pretendido da net, mas a sensação simplesmente não era a mesma... São sinais do tempo certamente, mas nem tudo precisa de mudar com o tempo.
Pessoalmente admito que nunca fui grande consumidor deste tipo de exercício de aluguer de vídeos no clube de vídeo, em parte porque tenho sempre de pegar no carro para lá ir o que é bastante irritante. Ou seja, a minha desculpa é o comodismo pelos vistos. Mas também poupar dinheiro em formatos físicos.
Felizmente ainda há muita gente que não abdica do formato físico, como o John com os seus Cds e vinis o que vai ajudando a cristalizar esse hábito do material. Sempre achei que o materialismo não tinha necessariamente de ter sempre um tom pejorativo e visto como sinónimo de superficialidade.
Está provado que as pessoas que recebem mais afectos, mais “toques físicos” são mais saudáveis...Talvez os objectos tem também algum desse poder J
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