sexta-feira, 26 de agosto de 2011

cutchi cutchi



Ok, pela primeira vez, isto vai andar um bocado para a lamechiche, para tentar puxar as Joanas* de volta para o blogue (Ca’mon!)…
Como devem ser conduzidas as relações? Como devem começar? Como devem acabar? Vale tudo, ou as pessoas ainda se devem conhecer como antigamente?

A questão é, o que é o antigamente? Antes do Facebook? Antes das sms e telemóveis? Antes do mirc? Antes do telefone? Concerteza era ridículo os namoros por carta…Mas agora por email não é muito diferente. Mas há um certo romantismo nas cartas que não há nos emails… Só porque é moderno e as cartas são já kitsh…Acho que, como tudo na vida, o importante é não exagerar. Duas pessoas têm que se conhecer bem pessoalmente, as palavras escritas são bonitas, mas escondem muita coisa. Tal como o cara a cara também é bonito mas há coisas que só se consegue dizer escrevendo.

Hoje, (a maior parte dos) os relacionamentos estão desvirtuados, diluídos em imenso ruído de fundo. Fofoquices, comentários laterais. Por culpa dos próprios.

Há dez, trinta anos (a maior parte dos) os relacionamentos era desvirtuados, opacos. As pessoas não se conheciam. Por culpa nem sempre dos próprios.

Apesar de tudo, talvez estejamos melhor hoje.

*Deve ser tão irritante para vocês ouvirem isto como eu e o meu irmão ouvirmos "os gémeos". É a chamada perda de identidade, auch!! Desculpem :p

4 comentários:

CEO disse...

Uouuuu...! De onde veio este pensamento profundo?! Joana (F) que andas a fazer ao meu maninho?! ;)

CEO disse...

Penso que nas sms, chats mails etc, não se conhece ninguém, pelo menos verdadeiramente. Pela sua rapidez, efemeridade e superficialidade os novos meios só atrapalham uma relação e permitem a qualquer um ser o que quiser. Os jovens (sou tão velho!) estão a perder a capacidade de comunicarem e manterem relações, mesmo de amizade, saudáveis e profundas.

j. disse...

Aviso: este comentário foi escrito por uma facebookiana, ex-fotologuiana, ex-blogger, nunca mirc(iana). E na mesma medida, pen friend e menina de diários.

Tiago, o teu maninho é uma pessoa com uma inteligência emocional acima da média e esse é apenas um dos motivos que me fazem gostar tanto dele :)

Este assunto tem pano para mangas e acho que não é assim tão fácil de categorizar.
As novas formas de comunicação tornaram tudo mais fácil e diminuíram o esforço que as pessoas naturalmente teriam que fazer para se relacionarem umas com as outras, com tudo o que isso veio trazer de bom e de mau. Não sou tão "radical" como o Tiago, ao dizer que só atrapalham, da mesma forma também não venho fazer um discurso "pro-facebookiano" ou algo do género.
A verdade é que hoje se assiste a uma banalização do amor e dos relacionamentos, mas não se pode atribuir as culpas apenas ao facilitismo criado pelas ferramentas tecnológicas. Se é certo que nos incutiram um certo sentimento de "urgência" e de facilitismo, também é verdade que quem realmente quer estabelecer relações profundas o faz seja qual for a via.
Não me vou por com discursos socio-culturo-espirituais, até porque esta conversa é interessante é para se debater presencialmente e isto é um blog :P
Mas vou contar-vos uma história. Conheci o André (Gondomar) através da Neuza (Cucujães). Conheci a Neuza porque em 2007 conheci o Miguel (Coimbra) no Algarve e na altura tinha um fotolog, onde postei uma foto minha com ele. Neuza e Miguel eram colegas da faculdade e ex-pseudo-qualquer coisa. A Neuza viu a minha foto, porque tinha uma "amiga" no fotolog em comum comigo e esse blog de fotografia permitia ver as publicações dos amigos de amigos. Por mais non-sense que pareça, começamos a falar. Começamos a encontrar pontos em comum. Durante meses, anos, conversamos por email. Passou a conhecer muito de mim e eu dela. Se eramos só aquilo que queriamos ser, como diz o Tiago, então aquilo que quisemos ser foi o suficiente para começar e cimentar uma amizade. Sim, faltava-nos partilha de momentos em comum, mas eles vieram quando a Neuza se mudou para Lisboa para ir trabalhar no Banco de Portugal. A partir daqui já sabem :) :)
Sim, o mundo é pequeno e Portugal é um t0, mas a verdade é que eu gosto de fazer estes exercícios de rewind e ver as ligações entre as pessoas e a forma como chegaram até mim.
Posso estar a ser radical, mas para todos os efeitos, conheci o André porque em 2006 criei um fotolog e em 2007 comecei uma amizade através de emails.
Não considero que as pessoas há 30 anos não se conhecessem verdadeiramente, da mesma forma que também não considero o mesmo em relação aos dias de hoje. Não podemos por as coisas em gavetas ou reduzi-las a chavões.
O que importa mesmo é a forma como são posteriormente conduzidas as relações independentemente da forma como foram iniciadas. E quem tiver uma resposta que seja 100% certa que se chegue à frente e que nos ilumine a todos.
Eu sei que privilegio sempre o contacto pessoal, os momentos vividos, as experiências partilhadas mas não me importo muito com a forma como se iniciaram as ligações entre mim e os outros. Até porque um dia os emails também serão kitsh. ;)

CEO disse...

Sim, é verdade que tenho uma tendência para o radicalismo... Com o teu comentário convenceste-me em alguns pontos, mas não todos! :b
O debate continuará numa conversa presencial como dizes e concordo a 100%!

(já repararam que escrevo posts às 7:30 da matina?! How dork is that?)