segunda-feira, 24 de março de 2014

Uma proposta "inovadora"

De facto, a língua portuguesa já teve melhores dias. Além da palavra "irrevogável", que já não significa o que significava antes, também agora a palavra "inovador" se viu desprovida do sentido tradicional. Deve ser do acordo ortográfico.

Eu explico.
No melhor espírito soviético - que só posso explicar pela prolongada exposição a gabinetes de estudo/acompanhamento/conselhos e, no geral, entidades dedicadas ao Planeamento Central - a eminentíssima Teodora Cardoso decidiu que seria "inovador", e eu acrescento refrescante mesmo, pagar imposto para levantar dinheiro. A ideia é para nosso bem e certamente demasiado complexa para alguém sem um PhD entender.

Do pouco que eu percebi ao ouvir a proposta, e sendo certo que a náusea me dificultou ainda mais a hercúlea tarefa, a ideia passaria por aconselhar (obrigar) os "trabalhadores" (os compadres estariam isentos) a receber o salário numa conta poupança, presumivelmente junto da entidade bancária que melhor serviço oferecesse (mais dinheiro desse aos políticos amigos) e depois taxar (roubar) sempre que o "trabalhador" tomasse a infeliz e anti-patriótica decisão de levantar o seu dinheiro.

Tem tudo para resultar. Com efeito, à semelhança de todos os outros instrumentos do paternalismo estatal, como a Segurança Social, não se vislumbra quaisquer potenciais efeitos colaterais, como a apropriação em definitivo das poupanças individuais pelo Estado, a procura frenética de soluções para receber em dinheiro, a utilização deste "activo" pelos bancos para todo o género de makeovers contabilísticos e engenharia de produtos financeiros e, o que é mais importante, diminuição brutal da liberdade individual de, na correcta ou incorrecta medida, cada um dar ao seu dinheiro o uso que bem lhe aprouver.

Eu sou suspeito porque desconfio de tudo o que é apparatchiks e políticos em geral e, porventura porque ainda sou novo e estouvado, tenho o livre arbítrio como o mais importante valor de uma sociedade decente.
No entanto, alguém que concorde comigo e tenha a oportunidade (que eu não tenho), talvez devesse fazer a D. Teodora escorregar nas escadas a caminho da cantina. No degrau mais baixo basta, só para ela partir a bacia e desamparar a loja para o hospital uns 3 meses, que na idade dela já não está fácil. E nota-se.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Taylor University Silent Night 2013

Taylor University scores their 10th Point and ....

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

domingo, 17 de novembro de 2013

Ultra ... Um modo de vida



Com este vídeo pretendo ilustrar a beleza das claques de futebol e como sem elas o desporto e neste caso o futebol seria mais triste. Nem sempre os ultras são nefastos ao desporto como a comunicação social pretende fazer crer.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Back to business

Na qualidade de "editor" de desporto deixo aqui um video que retrata alguns dos mais brilhantes momentos dos 120 anos de história do melhor clube português que espero que permitam preparar mais 120 e depois mais 120. Que o futuro do FC Porto seja tão cheio de sucesso como foi a sua história nomeadamente os últimos 30 anos.



P.S. Com este post pretendo dar uma nova vida, pelo menos da minha parte, a  este nosso espaço de partilha.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Crítica construtiva

Enviei esta carta para o Expresso

Exmos senhores,

Comprei o Expresso da semana passada na expectativa de ler essencialmente sobre a actual crise política (excelente cobertura devo dizer) bem como sobre a espectacular "semana portuguesa" no capítulo do desporto.

Não sendo o Expresso um jornal desportivo não esperava ver o Rui Costa nem o Carlos Sá na primeira página. No entanto, ver estes atletas de gabarito mundial relegados para umas minúsculas colunas na secção de desporto foi particularmente desapontante... Acresce ainda que o ciclismo e mais  recentemente o trailrunning são desportos com muitos fãs em Portugal.

Fiquei particularmente desiludido com o artigo sobre o Rui Costa uma vez que o Expresso dedica uma página a falar do ciclismo pela negativa (o já gasto assunto do dopping) e reserva um espaço pequeníssimo para o Rui Costa (embora este seja mencionado nos altos e baixos, mas e o Carlos Sá porque não figura também aí ?)

Sei que o dopping é um assunto importante e polémico, mas colocar o dopping acima da beleza do desporto penso ser excessivo.

Já agora aproveito para dizer que no obituário cedem à mesma tentação de colocar a morte mais sensacionalista do actor Cory Monteith em desfavor de Bana. Este último, um artista com mais talento, mais reconhecido e com uma vida bastante mais virtuosa  e exemplar, apenas não surgia frequentemente nos media. Não estou aqui a ser influenciado pelas minhas preferências pessoais uma vez que já vi episódios onde o referido actor participa e confesso que nunca tinha ouvido nenhuma música de Bana até a sua morte.

Encarem este email apenas como uma crítica construtiva já que, em geral, considero o Expresso o melhor jornal nacional. Continuação de bom trabalho,
cumprimentos



quinta-feira, 18 de abril de 2013

A DECO informa

Como não pretendo que ninguém seja apanhado desprevenido no que a "junk bonds" diz respeito coloco aqui uma análise da DECO a umas obrigações que estão em subscrição.

Rendimento de 5,3%

Em subscrição até ao próximo dia 23 de abril, poderá investir nas obrigações da Benfica SAD com um mínimo de 100 euros e o reembolso ocorrerá em outubro de 2016. As ordens dadas poderão ser revogadas até 19 de abril.
Se mantidas até à maturidade e não prevendo qualquer incumprimento, irão proporcionar uma rentabilidade anual líquida de 5,3% (TAEL). Uma taxa que ultrapassa a rentabilidade dos depósitos a prazo e das Obrigações do Tesouro. Mas o risco é muito elevado.

Empresa muito endividada

Analisar uma sociedade anónima desportiva tem alguns aspetos particulares, mas deverá ser alvo da mesma bitola que as restantes empresas. Em primeiro lugar, a Benfica SAD é uma empresa muito endividada. De tal forma, que, no final do exercício 2011/12, as dívidas excediam os ativos, pelo que os capitais próprios são negativos. Esta situação é, em finanças, designada de falência técnica.
Ainda que os resultados do primeiro semestre do exercício em curso tenham alterado esta situação, graças à alienação de passes de jogadores, não deixa de ser um indicador de um risco muito elevado.
O encaixe desta emissão servirá para financiar o reembolso de uma obrigação de 40 milhões de euros que vence este mês.

Contas no vermelho

Além dos capitais próprios estarem próximos do sinal negativo, as contas continuam a demonstrar um défice estrutural. Os prejuízos só pontualmente é que são compensados com alienações de jogadores a preços elevados. Algo que a Benfica SAD tem conseguido fazer nos últimos anos, mas que tem pouco paralelo noutros clubes, mesmo a nível europeu. O que faz com que não seja muito previsível que essas receitas se venham a repetir com a mesma frequência. Ainda que a boa performance da equipa de futebol nas competições europeias traga uma previsível valorização dos jogadores, além dos encaixes monetários diretos.

Não subscreva

As contas da Benfica SAD são débeis, mas isso não quer dizer que esta sociedade não venha a reembolsar este empréstimo. Apenas que a sua capacidade financeira é muito inferior, por exemplo, à das empresas cotadas que recentemente têm emitido obrigações. Esta emissão não foi alvo de uma avaliação de risco de crédito (rating), o penaliza a procura por parte dos investidores institucionais.
Deste modo, desaconselhamos a subscrição destes títulos da Benfica SAD. Em nossa opinião, é preferível comprar em bolsa a Obrigação do Tesouro que vence em outubro de 2016, cuja rentabilidade anual líquida está nos 3,3%, desde que mantida até à maturidade, e cujo risco é bastante inferior.
in http://www.deco.proteste.pt/investe/obrigacoes-benfica-sad-2016-em-subscricao-ate-23-abril-s5008264.htm

quinta-feira, 21 de março de 2013

Depois dos passinhos de bébé... a queda!

Como é que é possível a Troika impor uma medida tão estúpida como a que esteve para (vai?!) ser aplicada no Chipre? Custa a crer que essas pessoas percebam alguma coisa de economia/finanças ou mesmo que tenham a mínima noção do risco que uma medida dessas acarreta para os outros países. Sempre estive mais ou menos do "lado" da Troika pois identifico-me com o rigor e sentido de justiça das medidas que foram sendo tomadas nos diversos países intervencionados mas esta foi de mais e só vem dar mais razão e argumentos aos partidos populistas...

O que nos vale a nós Portugueses é que o Socrates vai regressar à vida política portuguesa... Desculpem, à vida pública, segundo ele. Mas este assunto já dava outro post. ;)

sábado, 2 de março de 2013

Passinhos de bébé

Ao longo do tempo vou vendo na política europeia alguns passos para a frente e alguns passos para trás.

Esta semana um político grego foi condenado a prisão perpétua por desvio de fundos públicos da Segurança Social, no valor de 17 milhões de euros. Apesar de ser muito dinheiro para aquele senhor, são trocos numa escala da contas públicas gregas ou de qualquer país. Mas o importante é que é um crime gravíssimo e aquela pessoa terá direito ao resto da vida na prisão. É um pequeno passo para a frente na vida daquele país, já que a melhoria da justiça é das reformas mais importantes que se podem e se devem fazer num país, estando ou não em crise.  

Não se muda a mentalidade dos povos do sul da Europa (pronto, vão todos para o mesmo saco) de um ano para o outro, mas de uma década para a outra, mas temos de começar algum dia.

Por outro lado há coisas que têm de acabar um dia. Ia eu muito zen no meu passeio de bicicleta quando ao entrar no Terreiro do Passo deparo com a manifestação "que se lixe a Troika", onde falava uma senhora que não vi quem era mas parecia-me a coordenadora do Bloco de Esquerda. Independentemente de quem fosse que falava, pelo que fui forçado a ouvir durante o tempo que tentava escapar de lá, ouvi apenas frases fáceis, populistas, demagógicas.

Os políticos têm de ser responsáveis, não se podem servir da ignorância de alguns e do desespero de outros para ganhar votos. Independentemente das atuais políticas estarem certas ou erradas, haverá certamente outras com os seu méritos, que se poderão por em discussão. Agora dizer apenas o que as pessoas querem ouvir é meio caminho para acabarmos como os italianos.